Sol
- 4 de fevereiro de 2020
Estar diante da imensidade do universo é sempre uma sensação indescritível. Saber que somos parte de um infinito que termina em nós, é ainda mais surpreendente, porque nos faz continuar, compactuar, sentir que viemos de algum lugar dali e partiremos também, para lá ou para além, ou sabe-se lá para onde… Olhar para o céu tingido de Sol, refletido no mar, cuja luz alaranjada é absorvida nas águas, nos traz a noção de pertencimento a algo misterioso e intangível. Os raios de Sol que dele partem e nos transpassam até chegar ao desconhecido, aquecendo-nos no corpo e na alma, tem uma mensagem de plenitude, de satisfação por estarmos aqui e por fazermos parte disso tudo, ainda que seja apenas para admirar. Não é porque somos insignificantes em questão de tamanho que não podemos experimentar, cheirar, aspirar a imensidão do universo… O Sol, a despeito de estar longe, traz a mensagem de que se viemos para cá, merecemos o seu calor, porque ele não distingue quem quiser se esquentar e não se esconder de sua intensa luz. Cada um tem o seu Sol particular e, como fonte de vida, é nossa melhor notícia de que ao amanhecer, nossa história pode ser renovada, recontada, se for o caso. A alegria de ver raiar o dia com Sol se assemelha à criança cuja mãe deu a luz no parto esperado durante a noite. É vida, e vida em plenitude diante de nossos olhos.
Fotografia de Rui Miguel Barata.
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